sexta-feira, 25 de setembro de 2009


Um dia desses virando, revirando e revivendo as páginas de uns cadernos antigos, reparei nas inúmeras páginas de matérias interminadas, de rabiscos, de pequenos poemas e textinhos em páginas que deveriam conter as matérias a serem estudadas. A desculpa do desleixo é a minha cabeça que vive em contrações, e se não escrevo sinto abortando um sentimento. E dói. E se deixo para depois, depois já não fica a mesma coisa...Após perceber o mal que a ausência de matérias em meus cadernos fazia decidi ignorar as contrações, mas essa semana quase não deu. De repente, um espírito utópico (à la Paulo Freire) embrulhou os meus pensamentos e foi me dando uma repulsa daquela aula. Onde estão ensinando a ser professor? Porque onde eu aprendi,quando eu aprendi, aprendi diferente.A maioria das pessoas que dividem comigo a vontade de ser professor querem dar aulas em universidades. Tarde demais. Quero dar aos meus alunos o que eu não tive, assim como os pais sonham para os seus filhos, e é antes do vestibular que os professores são mais professores. É ali, numa sala de colégio, que o mediador do conhecimento pega nas mãos muitas vezes perdidas e mostra a sensação de liberdade que a delícia dos ‘por quês’ proporciona, contrastando uma cultura que os enfia goela abaixo sem podermos mastigar.Naquela aula quando minha concentração começou a dispersar, fui à última folha e comecei a escrever; mas lembrei que o maldito cuspe e giz tradicional precisava que minha cabeça, como um arco, apontasse meus olhos e concentração diretamente para o alvo. Presa, abortei mais uma vez.

Um comentário:

  1. eu não disse que elas haviam achado fofo?!
    mas em geral os contos costumam ser tristes, esses sim motivam o choro.
    beijins!!

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